As pessoas esquecem...

Estava vendo um filme e uma cena fez com que eu quisesse vir aqui escrever...trata-se de uma família que na perda da matriarca, resolve vender a casa de família, onde a mesma foi criada. E assim, a primeira coisa que veio foi o título: as pessoas esquecem...a neta resolve dar uma festa no lugar antes de entregar a casa...e é ela que sente a dor da perda, do que está indo...a avó teria dito que ela traria seus filhos ali para comer cerejas e agora...bom...Muitas coisas não dependem se nós...lembro agora da casa da minha mãe, um lugar não tão doce para ser visitado por minha filha...a casa da minha avó paterna, em Lavras do Sul também já não deve ser a mesma...quem mora lá é uma prima..a minha avó materna morava com uma tia...a casa então é dela, bem como suas coisas....a questão que fica é, para onde voltarmos? Todos vão se livrando de tudo, esquecendo as pessoas, seus pertences, suas palavras, seu cheiro...lugares impregnados de nosso passado, da minha infância...os campos foram vendidos...como se nada importasse, como se as pessoas devessem se livrar de algo para sempre...trocam o tudo por nada, trocam a raiz nem sempre pela flor...tudo então tem que ficar na lembrança....pois tudo já se foi...e pra não perderem as coisas e as pessoas, coloca-se tudo fora, passa-se adiante..não sei o que me deu, tô precisando de passado, as raízes não foram arrancadas como eu pensei...melancolia...uma certa paisagem, uma tarde de verão, uma árvore, um retrato, um caminho...um lugar para visitar que não seja público, que não seja de outro, que traga a saudade, com gosto de eternidade.